sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Assembleia promove debate sobre políticas públicas para os ciganos

Em busca de igualdade social e respeito às diferenças, ciganos participaram, ontem, da audiência pública promovida pela Comissão de Promoção da Igualdade na Assembleia Legislativa para debater o desenvolvimento de políticas públicas voltadas às Comunidades Tradicionais Ciganas. De acordo com o deputado Bira Corôa (PT), presidente do colegiado, os ciganos vêm sofrendo um processo de isolamento e exclusão social decorrente da falta de políticas públicas que lhes permitam a mesma liberdade que possui qualquer outro cidadão.
"Devemos ser respeitados independentemente de nossa religião e crenças, pois somos de culturas diferentes, porém, cidadãos comuns", ressaltou o cigano e professor da UEFS, Jucelho Dantas da Cruz. Do mesmo modo, o líder da Comunidade Cigana de Camaçarí, Gilson Dantas, justificou que a pessoa deve ser julgada pelas suas características pessoais e não pela religião escolhida. Já o cigano Wilson Soares acredita que essa audiência pública foi uma boa oportunidade para esclarecer e mostrar à sociedade as características que a sociedade não reconhece na comunidade, como acolhedora, amiga e familiar.
Segundo Antônio Cosme, que é assessor da comissão e consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), está sendo realizado na Bahia pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES), com o apóio do PNUD, o Projeto "Cidadania", com seis seminários para diferentes comunidades a fim de discutir a igualdade social no país. Ainda segundo ele, esses encontros foram realizados visando ao Seminário Estadual que acontecerá entre os dias 24 a 26 de novembro para criar o Plano Estadual para Povos e Comunidades Tradicionais.
Para o deputado Álvaro Gomes (PC do B), o maior desafio da sociedade é promover a igualdade e aceitar a diversidade cultural que contempla o país. E seguindo este pensamento, o deputado Pedro Alcântara (PR) sugeriu à comissão que fosse criado um Programa Educacional para os ciganos, que permitisse aos mesmos uma cota nas Escolas Públicas, assim como existe para os afrodescendentes. Entretanto, o deputado comunista concluiu que a melhor opção seria desenvolver uma cota que considerasse os candidatos pelo segmento social, ao invés de cultural, a fim de atender os mais necessitados financeiramente.